sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

PÂNCREAS DIABETES E EXERCÍCIO

PÂNCREAS DIABETES E EXERCÍCIO
O pâncreas é tanto uma glândula exócrina quanto endócrina. As secreções exócrinas incluem enzimas digestivas e bicarbonato, os quais são secretados nos ductos que levam ao intestino delgado. Os hormônios liberados de grupos de células da porção endócrina do pâncreas denominado ilhotas de langerhans, incluem a insulina e o glucagon.
Insulina: é secretada das células beta das ilhotas de langerhans. É o hormônio mais importante durante o estado absortivo, quando nutrientes do intestino delgado estão entrando no sangue. A insulina estimula os tecidos a captar moléculas de nutrientes, como glicose e aminoácidos, e as armazenam sob a forma de glicogênio, proteínas e gorduras. Seu desempenho mais observável é na difusão facilitada de glicose através de membranas celulares. A ausência de insulina ocasiona uma alta concentração de glicose no plasma, uma vez que os tecidos não captam. Os níveis plasmáticos superiores de glicose podem superar a reabsorção nos rins e a glicose é eliminada na urina carregando enorme quantidade de água. Isto se chama diabetes mellitus. A secreção de insulina é influenciada por vários fatores: concentração plasmática de glicose, concentração plasmática de aminoácidos, estimulação nervosa simpática e parassimpática e inúmeros hormônios. A taxa de secreção de insulina depende do nível de estímulos excitatórios e inibitórios às células beta do pâncreas. A concentração sanguínea de glicose é uma fonte importante de estímulo que faz parte da retroalimentação negativa; à medida que a concentração de glicose aumenta (após a refeição), as células beta monitoram diretamente esse aumento e secretam insulina adicional para aumentar a captação tecidual de glicose. Esta captação aumentada reduz a concentração plasmática de glicose e a secreção de insulina é reduzida.
Glucagon: secretado pelas células alfa das ilhotas de langerhans exerce um efeito oposto ao da insulina. Sua secreção aumenta em resposta a uma baixa concentração plasmática de glicose, monitorada pelas células alfa. O glucagon estimula a mobilização tanto de glicose de reservas hepáticas quanto de ácidos graxos livres do tecido adiposo. A sua secreção também é influenciada pelo sistema nervoso simpático.
Diabetes
É uma doença caracterizada por uma deficiência absoluta (tipo1) o relativa (tipo 2) de insulina que produz hiperglicemia (aumento da concentração de glicose no sangue). O diabete tipo 1, insulino-dependente, manifesta-se principalmente em indivíduos jovens e está associado a infecções virais. Os sintomas de advertência são: micção frequente, sede exagerada, fome extrema, perda rápida de peso, fraqueza, fadiga, irritabilidade, náusea e vômito. Como os do tipo 1 não produzem insulina, eles dependem da insulina exógena (injetável) para manter a glicemia dentro dos parâmetros normais. O diabete tipo 2 desenvolve-se mais lentamente e mais tarde na vida. Representa 90% a 95% de todos os diabetes e está ligada principalmente a obesidade androide. O aumento da massa de tecido adiposo acarreta resistência à insulina, a qual esta disponível em níveis normais no corpo. O tratamento do diabético tipo 2 inclui dieta e exercício.
Diabetes e o exercício
O exercício aumenta a velocidade à medida que a glicose é captada no sangue. Desta forma, o exercício tem sido visto como útil no tratamento para regular a glicemia do diabético. No entanto, o efeito benéfico do exercício depende do controle da sua glicemia antes de iniciar o exercício. A falta de insulina causa a cetose, uma acidose metabólica resultante do acúmulo de quantidade grande de corpos cetônicos. O diabético tipo 1 que estava controlado apresenta diminuição de glicemia em direção a valores normais durante o exercício, sugerindo melhor controle. Por outro lado, os diabéticos tipo 1 que não injetaram quantidade adequada de insulina antes do exercício apresentam aumento da glicemia. Por que houve esta diferença? O diabético controlado possui insulina suficiente, de modo que a glicose pode ser captada pelo músculo durante o exercício e neutralizar o aumento normal da liberação da glicose pelo fígado devido à ação de catecolaminas e glucagon. Em contraste, o diabético com insulina insuficiente apresenta apenas um pequeno aumento da utilização da glicose pelo músculo, mas apresenta aumento normal da liberação de glicose do fígado. Isso, é claro, causa uma elevação da glicemia acarretando hiperglicemia. Se um diabético insulino-dependente iniciar o exercício com excesso de insulina, a velocidade com que a glicose plasmática é utilizada pelo músculo será acelerada, enquanto a liberação de glicose do fígado diminuirá. Isso causa uma resposta hipoglicêmica muito perigosa. Esta informação é crucial pra a prescrição de exercícios a diabéticos.
Diabetes tipo 1
A principal preocupação quando o exercício é prescrito para o diabético tipo 1 é evitar a hipoglicemia. Isso é possível por meio de um rigoroso auto-monitoramento da glicemia antes, durante e após o exercício, e da variação da ingestão de carboidratos e da quantidade de insulina dependendo da intensidade e da duração do exercício e da aptidão física do indivíduo.
Referência bioenergética antes da atividade física:
·   Evitar atividade física se a glicemia de jejum for maior que 250mg/dl e a cetose estiver presente.
·   Ter cautela se a glicemia for maior que 300mg/dl sem cetose.
·   Monitorar a glicemia antes e após a atividade.
·   Identificar quando houver necessidade de alterações de insulina ou de ingestão alimentar
·   Aprender com a glicemia responde a diferentes tipos de atividade física.
·   Consumir mais carbohidrato conforme a necessidade para evitar a hipoglicemia.
·   Alimentos a base de carbohidrato devem estar prontamente disponíveis durante e após a atividade física.
Diabetes tipo 2
Os diabéticos tipo 2 não apresentam a mesma flutuação da glicemia durante o exercício como os diabéticos tipo 1. Entretanto, aqueles que utilizam medicamento oral para estimular a secreção de insulina podem ter que diminuir a dosagem para manter uma glicemia normal (100). Prescreve-se: melhorar o VO2 máximo, atividade aeróbia dinâmica realizada a 50%-90% da frequência cardíaca, durante 20 a 60 minutos, quatro a sete vezes por semana; treino de força é recomendado, a frequência deve ser de quatro a sete vezes por semana para promover o aumento sustentado da sensibilidade à insulina e favorecer a redução e a manutenção do peso. Os indivíduos devem se esforçar para despender um mínimo de 1000 kcal por semana com todas as atividades físicas.       


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