GÔNADAS E EXERCÍCIO
Sempre lembrando que as gônadas são influenciadas por
LH/FSH. São hormônios hipofisários. A hipófise é estimulada pelo GNRH que é o
hormônio de liberação das gonadotrofinas que é hipotalâmico. Aqui diferente das
outras glândulas temos duas gônadas que são os testículos e ovários.
No homem a secreção de LH/FSH é mais estável. Ela tem pouca
variação dia-dia, hora a hora. Em compensação a secreção de LH/FSH na mulher é
pulsátil, temos pulsos de hormônio, significa que a cada momento temos
flutuações. Isto gera na mulher uma ciclagem hormonal que não existe no homem.
Na mulher o ciclo
hormonal normal é de 28 dias. Logo no início do ciclo temos um aumento do
LH/FSH que estimula a formação de folículo. Estes pulsos de LH/FSH vão
estimular a maturação folicular e em consequência a maturação do óvulo. Quando
o folículo começa a crescer ele começa a produzir estrógeno que vai aumentar e
inibir o LH e FSH. O estrógeno funciona induzindo a angiogênese. O folículo
depois de suficientemente aumentado ele rompe e cai a secreção de estrógeno.
Vamos liberar o eixo hipotálamo-hipofisário que estava sendo inibido pelo
estrógeno e aí temos um pico de LH/FSH. De 16 a 24 horas após o pico vai haver
o desprendimento do óvulo do interior do folículo, fenômeno chamado de ovulação
no décimo quarto dia. Após, o líquido intracelular que também sai junto com o
óvulo e assume função secretória formando o corpo lúteo. Este corpo vai
secretar a progesterona e esta que vinha baixa vai aumentar, o estrógeno que
caiu volta a subir e temos a elevação tanto de estrógeno como progesterona e
neste caso LH/FSH permanecem baixos. O estrógeno e progesterona estão altos
porque a menina acabou de ovular e a função dos dois é manter o óvulo viável
por até 72 horas, tempo para a fecundação. Após este tempo ele começa a
degenerar, se o óvulo não for fecundado todo o processo secretório entra em
falência e tudo volta aos níveis de normalidade. Os estímulos se perdem e a
secreção de estrógeno e progesterona cai, o corpo lúteo se desfaz e o próprio
óvulo se desfaz. Com isto o LH e FSH aumentam. Agora, se a mulher engravidar o
estrógeno e a progesterona vão aumentar e permanecerem altos durante toda a
gestação.
Neste processo fisiológico normal o exercício em nada gera
consequências, porém em condições anormais há interferências. Atletas, que
treinam com grandes volumes e intensidades elevavam o percentual de gordura a
níveis muito baixos e não menstruam. Chama-se amenorreia atlética. Por
quê? O processo de esterificação é um
mecanismo químico que o organismo faz de determinados lípides. Nós precisamos
de colesterol para formar estrógeno, progesterona e testosterona que são
hormônios esteroides, ou seja, se não tivermos colesterol em nível adequado não
formamos hormônio esteroide. Uma mulher muito magra vai ter a supressão da
elevação de estrógeno e progesterona, pois não tem colesterol em nível adequado
circulando. E aí ela para de menstruar. A consequência é a osteopenia
(fragilidade óssea) porque o estrógeno tem relação com a mineralidade óssea. A
grande maioria das atletas de fundo são amenorreicas.
No homem a
fisiologia endócrina gonadal é simples. Não tem muita flutuação. O LH e FSH
estimulam o testículo a produzir os espermatozoides e, além disso, as células
de leigh vão produzir testosterona. A primeira diferença é que as células germinativas
no caso os espermatozoides são continuamente produzidos ao longo da vida sexual
do homem, claro que há uma diminuição com a idade. O homem não nasce com um
número fixo de células germinativas como nasce a mulher. Uma mulher de 32 anos
tem um óvulo de 32 anos; um homem de 32 anos tem espermatozoide de 48 horas. A
célula germinativa da mulher tem a sua idade; no homem tem 48 horas.
Chegamos à testosterona, como é um hormônio esteroide
precisa de colesterol para sintetizar. E ele tem uma função anabólica
fundamental: trabalho junto com o hormônio do crescimento para estimular a
síntese proteica resultando ganho de massa muscular. A relação com o exercício
é simples. Quanto mais intenso o exercício maior é a secreção de testosterona e
maior o nível de testosterona. E isto justifica o ganho de massa muscular com o
exercício de alta intensidade.
Quadro comparativo
supra fisiológico de testosterona
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HOMEM
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MULHER
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Maior massa
muscular
Mais força e
potência
|
Maior massa
muscular
Mais força e
potência
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Curto-prazo
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Menos pelos
Aumento de voz
Ginecomastia
Diminuição
espermatogênese
|
Amenorreia
Aumento de
pelos
Diminuição da
voz
Atrofia mamária
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Médio-prazo
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Esterilidade
Impotência
Perda da libido
|
Esterilidade
Impotência
Perda da libido
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Longo-prazo
|
Neoplasia
hepática e prostática
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Neoplasia
ovário, útero e mama
|
SEXO
São 5 fases: Excitação, ereção, penetração, orgasmo e
resolução.
Excitação e ereção dependem do aumento da atividade parassimpática
envolvendo a acetilcolina que vai produzir a dilatação da artéria peniana e
artéria clitoriana que são análogas levando a ereção. E a contração da veia
peniana e da veia clitoriana que são análogas. Temos a vaso dilatação da
artéria e a vaso constrição da veia garantindo o fluxo e evitando o refluxo.
Acontece o intumescimento dos corpos cavernosos penianos e clitorianos que vão
levar a ereção. Então é fundamental o aumento da atividade parassimpática. Se
tivermos um aumento da atividade simpática, lembrando que esta atividade
envolve adrenalina e noradrenalina temos a vasoconstrição da artéria peniana e
da artéria clitoriana. Resultado: perde-se a ereção. O que se vê é que o
estresse diminui a libido, por causa deste fenômeno. A fase seguinte é a penetração,
com consumo de oxigênio muito baixo (14 ml/kg/min) e gasto calórico irrisório.
O orgasmo dura alguns segundos a frequência cardíaca chega a 180
aproximadamente. A última etapa é a resolução: em função de toda esta atividade
há um aumento da função simpática que media o aumento da frequência cardíaca,
da contração muscular produzida pelo orgasmo e aumento da pressão arterial e
aumento da dilatação das pupilas. Quando falamos em simpático tratamos de
adrenalina e noradrenalina. Resultado: vasoconstrição e perda da ereção.
Curiosidades
Sexo na véspera de jogo competitivo não altera o desempenho,
o gasto energético é muito baixo. Já foram feitos estudos neste sentido e
nenhum marcador foi modificado.
Se o consumo de oxigênio é de 14ml/kg/min para pessoas
saudáveis e isto é considerado baixo. Para cardiopatas é altíssimo, pois o seu
consumo é próximo de 12ml/kg/min. Ou seja, cardiopatas devem abster-se de
atividade sexual.
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