A gordura é
principalmente encontrada e armazenada nos tecidos adiposos, que recobrem todo
o corpo. Antes de explicarmos a mobilização da gordura como substrato
energético, falaremos sobre os dois tipos de processos que sofrem qualquer
célula do corpo, mas no nosso caso trataremos sobre as células adiposas, a hiperplasia
(aumento do número de células) e hipertrofia (aumento do calibre da célula).
O primeiro surto
hiperplásico destas células ocorre nos primeiros três meses da gravidez, a
partir daí o número de adipócitos não aumenta até o nono mês; o que ocorre é um
aumento do volume do tecido adiposo, chamado de hipertrofia celular. Ao
nascimento, ocorre um novo surto hiperplásico, que perdura por mais três meses.
O último período de hiperplasia do tecido adiposo ocorre no estirão puberal e
dura enquanto persistir o surto de crescimento.
Visualmente não
há diferença entre o obeso hipertrófico e o hiperplásico, o primeiro tende a
ser muito mais fácil de tratar (resposta mais rápida). O processo de emagrecimento
do obeso hiperplásico é um pouco mais trabalhoso. Para que possamos identificar
cada tipo dependemos de uma conversa com o individuo pois, obesos hiperplásicos,
normalmente, são obesos desde muito cedo e os hipertróficos geralmente
aumentaram o peso tardiamente.
Dito isto
entramos agora nas vias lipolíticas (mobilização da gordura)
Como ocorre a Lipólise:
A gordura armazenada no adipócito
encontra-se na forma de triglicerídeos (três ácidos graxos ligados a uma
molécula de glicerol). Enquanto realizamos o exercício, vários hormônios como
as catecolaminas, o glucagon, o hormônio do crescimento, corticosteroides,
entre outros, são liberados na corrente sangüínea, e quando chegam aos
adipócitos, provocam a lipólise (quebra dos triglicerídeos) aumentando as
concentrações sangüíneas de ácidos graxos livres (AGL). Esses são levados ao
músculo esquelético que os utiliza para a síntese de ATP. O ácido-graxo, agora
dentro da célula muscular, precisa ser ativado (incorporação de Acil-CoA) e
transportado para dentro da matriz mitocondrial, onde será fracionado em
moléculas de dois carbonos (AcCoA) para ser oxidado (Beta-oxidação), que
consiste na quebra por oxidação do acido graxo sempre na sua ligação de carbono
beta, o processo é repetitivo e produz 1
NADH, 1 FADH e uma AcCoA e são
encaminhadas ao ciclo do ácido cítrico, desde que haja oxalacetato para a
formação do citrato. Conclui-se, portanto, que para a lipólise ocorrer satisfatoriamente,
necessita-se da glicólise ou da presença glicídica, “lipídio queima em fogueira
de glicídio”.
Uma pesquisa
acerca de metabolismo bioenergético dividiu o grupo testado em três subgrupos,
de acordo com suas condições nutricionais prévias; anteriormente ao exercício
na esteira, em velocidade constante e igual para os três grupos, o primeiro
teve uma dieta rica em lipídios o segundo passou por uma dieta grupo balanceada
e o terceiro grupo rica em carboidratos, o resultado indicou que a dieta prévia
alterou a reserva inicial de glicogênio: a concentração prévia de glicogênio foi
maior para o grupo que consumiu carboidratos, seguido da alimentação balanceada
e depois a rica em lipídios; esta reserva inicial afetou o tempo de manutenção
do exercício, ou seja, a instalação da fadiga: o tempo de permanência foi maior
para o grupo que consumiu carboidratos, seguido de dieta balanceada e rica em
gorduras; a taxa de declínio na quantidade da reserva é a mesma, ou seja, a
queda na concentração de glicogênio é igual e constante para todos os grupos,
já que o exercício é o mesmo e realizado na mesma intensidade, gerando um recrutamento energético aproximado;
existe um nível crítico de glicogênio muscular, abaixo do qual o trabalho perde
em intensidade, e este nível é o mesmo para todos os indivíduos,
independentemente da reserva inicial de glicogênio ou da dieta. As dietas
cetogênicas (hiperprotéicas) envolvem necessariamente uma diminuição na
capacidade de produção de trabalho, em função da diminuição das reservas de
glicogênio. A síntese de glicose (gliconeogênese) é garantida pela oxidação da
proteína e pela conversão hepática do glicerol derivado dos triglicerídeos; a
gordura é utilizada como fonte de energia para o metabolismo.
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